O blog do Núcleo de Cultura e Participação é uma plataforma de compartilhamento das experiências que vivenciamos em nosso cotidiano e das pesquisas que desenvolvemos no Instituto Tomie Ohtake. Entrevistas, referências bibliográficas, publicações, textos escritos por artistas, críticos, curadores e pesquisadores das mais diversas áreas, relatos críticos sobre exposições, seminários, ações culturais e processos de mediações estarão à sua disposição para consulta e download. Esperamos que estes conteúdos contribuam e adensem a multiplicidade de perspectivas que atravessam a pesquisa e a prática no amplo campo das artes e da cultura.
Três perguntas sobre territórios educativos
Fizemos três perguntas a Beatriz Goulart sobre os desafios atuais da educação integrada a comunidades e territórios. As perguntas abordaram questões relativas ao diálogo entre a escola e a comunidade, à formação dos professores, à gestão democrática da educação e às recentes manifestações dos secundaristas Beatriz é consultora do Prêmio Território Educativos, realizado pelo Instituto Tomie Ohtake em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e patrocínio da Estácio Ensino Superior. O Prêmio tem como foco as experiências pedagógicas realizadas por professores da rede municipal de São Paulo que explorem as oportunidades educativas do território onde a escola está inserida, integrando os saberes escolares e comunitários.
O Núcleo de Cultura e Participação iniciou, no dia 15 de junho, o Conversas em Fluxo, um programa de conversas sobre arte com pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento. O objetivo é fomentar, através de diálogos, a busca por novos horizontes de percepção sobre a arte e seus entrecruzamentos com os mais variados temas. Essa ideia surgiu a partir das pesquisas dos educadores e da compreensão da potência dos espaços da arte e da cultura como lugares condensadores, quer dizer, espaços que aglutinam, por suas obras, relações e dinâmicas, inúmeras possibilidades de discussão, questionamentos e perspectivas. As pesquisas revelaram que uma pluralidade semelhante também se expressa na academia. O Conversas em Fluxo surge, então, como um lugar de encontro dessas pluralidades.
O audioguia da exposição 'Picasso: mão erudita, olho selvagem', desenvolvido pelo Núcleo de Cultura e Participação e pelo Núcleo de Pesquisa e Curadoria, foi pensado como um novo percurso pela mostra, além daquele proposto pela curadora do Musée Picasso-Paris, Emilia Philippot. Os oito temas contidos no audioguia relacionam-se à produção de Picasso de maneira transversal, abordando alguns aspectos relevantes da obra do artista através da discussão sobre critérios formais, dados biográficos e contextualização histórica, política, social e cultural, sem necessariamente vinculá-los a aspectos cronológicos. Desse modo, as questões apresentadas pelo audioguia orientam os visitantes a um percurso mais orgânico no espaço expositivo.
Dentre as ações do Núcleo de Cultura e Participação está a criação de publicações educativas destinadas a professores, educadores e outros profissionais ligados à arte, à cultura e à educação. Para isso, observamos atentamente as narrativas e as potências de cada exposição, bem como os processos de cada artista, o que orienta a criação de publicações dos mais distintos formatos e possibilidades de uso.
Para produzir a publicação Aprendendo com Dorival Caymmi: Civilização Praieira, a equipe do Instituto Tomie Ohtake começou por um mergulho nos processos poéticos de Dorival Caymmi, José Pancetti, Sergio Rodrigues e Flávio de Carvalho. A sala de estudos foi transformada em um ateliê rodeado por outras paisagens, mundos e histórias. As paredes da sala foram preenchidas com imagens de obras que estariam na exposição, letras de músicas de Caymmi, mapas, cartas náuticas e diversas outras referências que propiciaram uma imersão no universo da mostra.
Como parte da programação do 3º Prêmio de Arquitetura Instituto Tomie Ohtake AkzoNobel, no dia 17 de março o Instituto Tomie Ohtake realizou o Simpósio Narrativas de uma Prática, com o intuito de refletir e discutir sobre a produção arquitetônica contemporânea. Os relatos a seguir foram feitos por Ananda Carvalho, doutora em Comunicação e semiótica pela PUC-SP, crítica e curadora.
Relatos: Seminário Ensaios Críticos sobre Arte Contemporânea
Entre 9 e 11 de março, marcando o lançamento da 5ª edição do Prêmio Energias na Arte, o Instituto Tomie Ohtake realizou uma série de debates sobre arte contemporânea. Organizado pelo Núcleo de Cultura e Participação e pelo Núcleo de Curadoria, contou com a participação de Aracy Amaral, Christine Greiner, Peter Pál Pelbart e Denise Stoklos, importantes artistas, autores e pesquisadores em história e teoria da arte no Brasil. Os debates foram mediados pelos curadores Galciani Neves e Paulo Miyada. Os relatos a seguir foram feitos por Ananda Carvalho, doutora em Comunicação e semiótica pela PUC-SP, crítica e curadora.
Fabio Morais, artista convidado para o projeto Anotações para uma cidade nua, da exposição Aprendendo com Dorival Caymmi: Civilização Praieira, e professor do curso Textando, da Escola Entrópica, realiza uma auto-entrevista na qual percorre os caminhos de seu processo de trabalho, os meandros da escrita nesse contexto e questões da história da arte pertinentes a sua pesquisa poética.
O texto de Noemi Smolik, traduzido por Jorge Menna Barreto, foi originalmente publicado pela Revista PARKETT em 1995. Noemi aborda apontamentos sobre a noção de espanto no trabalho do artista alemão Andreas Slominski. Diante da demanda de criação de um artigo sobre Andreas, a autora teve contato com o artista e se envolveu em seu processo de criação. Partindo da solicitação de objetos e da realização de tarefas, o artista propõe a vivência de armadilhas que geram um genuíno espanto. Por fim, Naomi investiga meandros da ideia de espanto e de seu potencial pedagógico, no sentido de que o desterro daquilo que causa assombro culmina em uma vontade de envolvimento cada vez maior.
Frida Kahlo- conexões entre mulheres surrealistas no México
Esta publicação propõe questões a partir da exposição Frida Kahlo – conexões entre mulheres surrealistas no México e segue o mesmo ideal ao buscar contribuir com educadores no trabalho que realizam com crianças e jovens, despertando seu interesse por uma investigação pessoal acerca da subjetividade própria da arte, capaz de nos levar ao entendimento mais amplo do mundo e de nós mesmos.