
Ciclo de debates - IMAGINAR FUTUROS: meio-ambiente e imagens na contemporaneidade
IMAGINAR FUTUROS
meio-ambiente e imagens na contemporaneidade
SEGUNDO CICLO
A crise ambiental, fato amplamente amparado pela ciência, é desafio urgente e primordial não só de hoje, mas também de todo e qualquer futuro que possa haver pela frente. Como declarou recentemente o filósofo francês Bruno Latour, atravessamos pelo menos os dois últimos séculos feito sonâmbulos, alheios ao alerta evidente dos desastres ecológicos. Nos tornamos, enfim, aqueles que teriam podido agir, nos deparando tardiamente com os danos irreversíveis da nossa própria ação.
Na profunda mutação que a humanidade deverá encarar daqui em diante, a cultura terá papel central na revisão, atualização e produção de imaginários, epistemologias e paradigmas que reposicionem nossa relação com aquilo que chamamos de natureza e que, em consequência, permitam a todas as espécies uma sobrevivência digna.
A natureza não só se depara como uma espécie de fim – tanto ligada à sua decadência material como enquanto conceito – como escancara cada vez mais suas finalidades, no sentido da interdependência vital desta com os seres humanos, cuja separação é apenas artificial. Junto ao declínio ambiental e a realidade do Novo Regime Climático, esgotam-se os projetos vigentes de mundo clamando por uma maior diversidade de representações, de saberes e cosmologias. Trata-se, sobretudo, da necessidade de revivermos saberes de povos originários, negligenciados pelas sociedades ocidentais, e que podem nos ajudar a imaginar, antes que um novo mundo, um novo povo, como argumentado pelo antropólogo Eduardo Viveiros de Castro.
Numa civilização da imagem, saturada pelo volume e pela efemeridade de imagens planas, superficiais e sem enigma, quais e como as imagens podem nos provocar a rupturas e leituras renovadas do maior desafio de toda a (breve) história da humanidade?
Neste ciclo de investigação transdisciplinar promovido pelo Instituto Tomie Ohtake e a Embaixada da França no Brasil / Consulado Geral da França em São Paulo, artistas, ambientalistas, cientistas, ativistas, antropólogos e filósofos franceses e brasileiros de destaque debatem o estatuto atual das relações entre cultura e natureza, a partir de um mergulho em imagens.
A cada encontro, materiais visuais distintos do campo da arte, da cultura e da ciência servem de disparadores para leituras possíveis acerca do que tange o humano, o meio-ambiente, e as relações estabelecidas entre ambos.
Dia 20 setembro, quarta-feira
Horário: 19h
Formas do visível, com os antropólogos Philippe Descola e Manuela Carneiro da Cunha
Dia 02 de outubro, segunda-feira
Horário: 19h.
Decolonizando o museu, com Françoise Vergès, cientista política, historiadora e escritora e Sandra Benites, curadora e pesquisadora indígena, com mediação de Priscyla Gomes, curadora do Instituto Tomie Ohtake.
Duração: 1h30 cada
Local: Instituto Tomie Ohtake - auditório do Complexo Aché Cultural
Tradução: tradução simultânea português-francês / francês-português
Atividade gratuita e sem inscrição prévia
Curadoria: Priscyla Gomes - Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto Tomie Ohtake
Carol Tonetti - Núcleo de Cultura e Participação do Instituto Tomie Ohtake
Apoio e Parceria: Embaixada da França / Consulado Geral da França em São Paulo