
CINEFACHADA
Não é segredo dizer que curtas-metragens dirigidos por negros ou abocanharam os principais prêmios nos festivais brasileiros em 2017 ou foram as obras no formato mais discutidas ao longo de todo ano. Dentro desse recorte, a participação de mulheres negras diretoras é vigorosa.
Nos últimos três anos a discussão racial tem perpassado o campo do cinema não apenas no que se refere à representação – quem está na tela? –, mas também à representatividade – quem filmou a imagem que chegou à tela? É impossível pensar a próxima década de cinema brasileiro sem atentar para a agência do olhar: quem a detém e a quais corpos ela tem sido historicamente negada?
Esta edição do Cinefachada joga luzes na produção recente em curta-metragem das mulheres negras diretoras. Os três programas apresentam uma multiplicidade de abordagens, mantendo um diálogo indireto com os recortes propostos pela exposição Histórias Afro-Atlânticas.
Curadoria: Heitor Augusto
24/8 (sexta) às 20h: Sample, direção de Ana Julia Travia | Peripatético, direção de Jéssica Queiroz | Experimentando o vermelho em dilúvio, direção de Michelle Mattiuzzi
25/8 (sábado) às 20h: Casca de Baobá, direção de Mariana Luiza | Travessia, direção de Safira Moreira | Nome de Batismo – Alice, direção de Tila Chitunda
26/8 (domingo) às 20h: Monga, retrato de café, direção de Everlane Moraes | Maria, direção de Elen Linth | A boneca e o silêncio, direção de Carol Rodrigues
Heitor Augusto é crítico de cinema, curador, professor e tradutor. Seus artigos estão publicados em revistas eletrônicas de crítica, veículos da mídia impressa, além de catálogos de mostras e também em livros. Ministra cursos livres em cinema e coordena oficinas de crítica cinematográfica. Curador da mostra Cinema Negro: Capítulos de uma História Fragmentada e integrante do comitê de seleção de longas do Festival de Brasília (2017, 2018). Mantém o site pessoal Urso de Lata (www.ursodelata.com), onde exercita uma escrita que habita as intersecções entre estética, raça e política.