LUCAS ARRUDA: LUGAR SEM LUGAR
Exposição
De terça a domingo, das 11h às 20h Entrada franca
Passada

A exposição Lucas Arruda: Lugar Sem Lugar, chega agora a São Paulo depois de sua exibição na Fundação Iberê, em Porto Alegre. Com curadoria de Lilian Tone, a mostra apresenta um conjunto de 15 anos de produção, de 2008, início de sua carreira, aos dias atuais, 2022. Além das consagradas pinturas que tensionam os limites entre o figurativo e o abstrato, Arruda apresenta suas incursões em vídeo e instalação, nas quais desdobram-se suas pesquisas acerca da luminosidade e da percepção. Essa iteração incluirá Quatro Dias e Quatro Noites (2018), projeção de 81 slides pintados à mão, atualmente cedida em comodato à Fundação Beyeler na Suíça.
Segundo a curadora, Lucas Arruda vem há mais de 10 anos depurando de maneira quase ritualística um mesmo tema: a paisagem como construção do olhar. “Suas pinturas nos permitem ver, ao mesmo tempo, um pouco além da abstração e antes da figuração”. Camadas de tinta sobrepostas, escovadas, arranhadas, as obras invocam o gênero paisagem usando por vezes tão somente a sugestão de uma linha de horizonte. “É ela, afinal, que constitui o recurso fundamental dessa tradição pictórica, uma espécie de menor denominador comum da composição paisagística, já que, como espectadores, tendemos a atribuir sentido a qualquer marquinha num espaço aberto, a imediatamente interpretar uma linha horizontal como um horizonte, a enxergar nuvens nas mudanças de direção de pinceladas, a ver um chão de terra numa camada grossa de impasto”, completa Tone.
Na seleção apresentada no Instituto Tomie Ohtake predominam pinturas de pequeno e médio formato que, agora exibidas lado a lado, permitem uma imersão silenciosa em suas tênues diferenças. Das ambiências mais soturnas às mais solares, emergem acontecimentos como auroras e delicados arco-íris em composições que observadores diferentes já associaram a produções tão diversas quanto as de William Turner, de Giorgio Morandi e de Miguel Bakun.