Casa-ateliê Tomie Ohtake

No bairro do Campo Belo, zona sul de São Paulo, encontra-se a casa onde morou a artista Tomie Ohtake por quase cinco décadas.

Projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, seu primogênito, em 1966, o edifício foi pensado desde o princípio como espaço de experimentação da artista e como lugar de acolhimento para sua produção, seus estudos, seus interesses, assim como para as obras de artistas com quem ela dialogava.

A casa configurou o universo criativo de Tomie na medida em que abrigou seu ateliê e seu espaço para guardar livros e objetos.

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Aprofunde-se
A moradora
A ocupação da casa evidencia a biografia de sua moradora. As marcas de tinta registradas pelo piso do ateliê, as maquetes de estudo em diversas escalas e tamanhos, as mapotecas recheadas de pastas com registros de seus estudos indicam aspectos dos processos de trabalho de Tomie, enquanto as plantas cultivadas no jardim e as fotografias de encontros revelam alguns dos seus hábitos domésticos.
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Espaço de encontro
A família mantinha a tradição dos almoços de domingo, inicialmente frequentados pelos três moradores e que, mais tarde, passaram a incluir noras, netos e, ocasionalmente, amigos próximos. Alternando entre a sala de jantar e o jardim, as refeições aconteciam em torno das grandes superfícies de concreto desenhadas por Ruy. Esses momentos começavam de manhã, com palitinhos de queijo, e se estendiam até o início da noite, com o tradicional macarrão frio japonês.
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Aura movimentada
A artista desfrutava de uma vida movimentada. Sua casa anterior, na Mooca, já era frequentada por importantes figuras das artes e da cultura. Com o passar dos anos e o crescimento da família, os Ohtake passaram a ter mais influência no cenário cultural, e a residência passou a ser visitada por renomados nomes.
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Galeria
Além de espaço de aconchego familiar e de labor, a Casa-ateliê é, ainda, uma espécie de galeria, expondo artistas que eram próximos à família ou admirados por Tomie. Caminhando pela casa, é possível reconhecer as obras de Alfredo Volpi, Kimi Nii, Lydia Okumura, Nicolas Vlavianos, Shoko Suzuki, entre tantos outros. O mobiliário também carregava a assinatura de nomes prestigiados, como Arne Jacobsen, Charlotte Perriand, Harry Bertoia, Le Corbusier e Sérgio Rodrigues.
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VISITAS MEDIADAS
Vivencie uma obra fundamental na história da arquitetura brasileira

A Casa-ateliê Tomie Ohtake representa formas de morar modernas, ambientes de trabalho de uma artista marcante e espaço de encontros e debates da cena cultural brasileira e internacional.

Durante as visitas, mediadas pela arquiteta e curadora do Instituto Tomie Ohtake Sabrina Fontenele, serão abordadas questões relativas ao projeto e construção do edifício, à trajetória da artista e ao legado da família Ohtake.

A duração é de aproximadamente 1h30.

Sobre a mediadora
Sabrina Fontenele
Arquiteta e urbanista pela Universidade Federal do Ceará, com mestrado e doutorado pela FAUUSP. Tem pós-doutorado no IFCH-Unicamp sobre habitação, gênero e modernidade com apoio da Fapesp. Autora dos livros “Modos de morar nos apartamentos modernos: rastros de modernidade”, “Edifícios modernos e o traçado urbano no Centro de São Paulo” e do livro infantil “Jacaré Fujão no Triângulo”. Foi co-curadora da 13ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo - Travessias.. Faz parte da equipe de curadoria do Instituto Tomie Ohtake.
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