Programação

Água Pantanal Fogo

Lalo de Almeida e Luciano Candisani

Exposição

de 08 de março a 12 de maio de 2024
TERÇA A DOMINGO 11H ÀS 19H ENTRADA GRATUITA

atual

Reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera, o bioma Pantanal, umas das maiores planícies inundáveis do planeta, que em 2020 viveu sua grande tragédia ambiental, é o tema de Água Pantanal Fogo, exposição manifesto realizada pelo Instituto Tomie Ohtake em parceria com o Documenta Pantanal.

Com curadoria de Eder Chiodetto, a mostra reúne fotografias de Lalo de Almeida e Luciano Candisani, dois dos mais proeminentes fotodocumentaristas brasileiros, além de apresentar mapas, livros, infográficos e uma sala de vídeos que auxiliam a compor um panorama potente do Pantanal e de suas urgências.

Lalo de Almeida focou suas lentes no fogo que assolou o Pantanal durante os incêndios de 2020, devastando aproximadamente 26% da área e resultando na morte de 17 milhões de animais. Suas imagens circularam globalmente, desempenhando um papel crucial ao alertar a sociedade, a comunidade científica, o governo brasileiro e organizações internacionais sobre a gravidade do ocorrido. Parte delas, sobretudo o registro de um bugio ajoelhado e carbonizado, conferiu a Lalo o prestigioso prêmio World Press Photo na categoria “Ambiente”.

Já Luciano Candisani, especializado em fotografar ecossistemas ao redor do mundo, traz uma série de imagens da água, sejam elas submersas, terrestres ou aéreas. Suas fotografias, caracterizadas por uma rara combinação de excelência técnica e expressividade, foram produzidas em condições complexas durante as cheias pantaneiras, resultando em um acervo iconográfico de suma importância.

Segundo o curador, ambos os fotógrafos são “cronistas visuais que frequentemente buscam parcerias com cientistas e pesquisadores. Para obter o resultado exposto nessa mostra, criam logísticas complexas e se expõem a vários tipos de perigo. É em trabalhos como esses, que aliam idealismo, paixão e militância, que a fotografia alcança seu ápice, tornando-se uma janela aberta a revelar as idiossincrasias e o sublime do mundo”, conclui.

Classificação indicativa: 10 anos

Sobre o Pantanal ameaçado
Os desafios para a preservação do bioma compartilhado por Brasil, Bolívia e Paraguai são imensos. Os incêndios históricos de 2020, que devastaram uma extensão de quase 50.000 km², chamaram a atenção de todo o mundo, mas são apenas um dos fatores que degradam a região. Ecossistema que funciona como elo entre diferentes biomas, o Pantanal é regido por um complexo ciclo de águas e banhado por uma série de rios, muitos desses com suas nascentes localizadas fora do bioma, no Cerrado sul-mato-grossense e no sul da Amazônia mato-grossense. A destruição dessas nascentes com o desmatamento relacionado às práticas da monocultura e da pecuária, além da mineração ilegal, contribuem para o assoreamento dos rios pantaneiros, outro problema grave que assola a região. Segundo Sandro Menezes Silva, Professor da Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e pesquisador auxiliar da exposição, “a emergência climática, com um aumento importante de temperaturas médias previsto para os próximos anos, agrava os fatores que produzem perda hídrica e incêndios avassaladores. Segundo o professor, além deles, as ameaças ao Pantanal incluem a pressão pelo desmatamento, os grandes projetos de infraestrutura regional, como a hidrovia no rio Paraguai, a mineração, a pesca predatória, a caça ilegal, a introdução de espécies exóticas invasoras e a poluição da água. “Com efeitos interdependentes, elas afetam de formas diversas cada região da planície. Reserva de água e vida, regulador do regime hídrico de amplas regiões, fonte de biodiversidade, o Pantanal dá sinais de alerta”, completa.
Sobre o Documenta Pantanal
O Documenta Pantanal, realizadora da exposição em parceria com o Instituto Tomie Ohtake, é uma iniciativa que conecta profissionais de áreas diversas em torno da urgência de tornar as fragilidades e as riquezas do Pantanal Mato-grossense mais conhecido do público. “Ao longo de seus cinco anos de existência, o Documenta Pantanal vem se empenhando em apontar os efeitos das mudanças climáticas e da ação humana sobre o bioma em filmes, livros e campanhas, entre outras ações, sendo Água Pantanal Fogo a primeira exposição realizada pela iniciativa”, destacam Mônica Guimarães e Teresa Bracher, diretoras do projeto.
Sobre os fotógrafos
Lalo de Almeida (São Paulo, 1970)
Estudou fotografia no Instituto Europeo di Design em Milão, Itália. Há 30 anos colabora para o jornal Folha de S. Paulo onde vem desenvolvendo narrativas multimídias premiadas internacionalmente como Um Mundo de Muros, Desigualdade Global, A Batalha de Belo Monte e Crise do Clima. Em 2021 sua série de fotografias Pantanal em Chamas foi premiada em primeiro lugar na categoria Meio Ambiente no World Press Photo. Também em 2021 foi escolhido como fotógrafo Ibero-americano do ano pelo POY (Pictures of the Year) Latam. Paralelamente ao fotojornalismo sempre desenvolveu trabalhos de documentação fotográfica como o projeto Distopia Amazônica que recebeu o Eugene Smith Grant in Humanistic Photography e foi o vencedor global na categoria Projetos de Longo Prazo no World Press Photo em 2022.
Luciano Candisani (São Paulo, 1970)
Fotógrafo e autor brasileiro dedicado a temas etnográficos e ambientais. Formado em Oceanografia Biológica pela USP, começou sua carreira fotografando o ambiente submarino no oceano austral, em 1995. Sua obra trata sobre populações tradicionais, natureza e conservação de ecossistemas e espécies ao redor do mundo. Trabalhou em 40 países, incluindo as regiões geladas do Ártico e Antártica. Suas fotografias aparecem em livros autorais, revistas e exposições em museus e galerias, no Brasil e exterior. Autor de sete livros fotográficos, faz parte do coletivo The Photo Society, grupo exclusivo aos fotógrafos com matérias completas publicadas na edição principal de National Geographic. Também integra a "International League of Conservation Photographers (ILCP, da sigla em inglês), que tem como missão promover a proteção de ambientes e populações ameaçadas por meio da fotografia e do cinema.

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