A Força da Matéria
Joan Miró
Exposição
Passada

O Instituto Tomie Ohtake organiza e traz ao Brasil, em parceria com a Fundação Joan Miró de Barcelona, a maior exposição dedicada ao artista Joan Miró (1893-1983).
A exposição, divide-se em três grandes blocos cronológicos que coincidem com momentos vitais do artista nos quais vai outorgar à matéria um papel preponderante.
Nos Anos 30 e 40, as pinturas e desenhos da época da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial manifestam o início do interesse de Miró pela matéria. No período, seu caráter transgressor também se evidencia, sobretudo no terreno dos procedimentos técnicos. Foi no final dos anos 20 que Miró manifestou de forma explícita seu propósito de “assassinar a pintura”, referindo-se a intenção de terminar com a concepção clássica da pintura de cavalete. É neste momento que Miró começa a fazer suas conhecidas colagens e objetos a partir de assemblage de materiais diversos.
Já nos Anos 50 e 60, com a presença maior de técnicas diversas, destaca-se o interesse continuado do artista pela experimentação da matéria, que o levará a trabalhar de forma profusa no campo da escultura, enquanto nos Anos 70 verifica-se como Miró, sobre suportes mais inusitados, segue questionando o sentido final da arte. Neste período, uma importante coleção de gravuras indica a destreza do artista a desafiar os padrões da técnica.
Paulo Miyada, curador do Instituto Tomie Ohtake, defende que a obra de Miró coloca em questão um aspecto tão determinante quanto subreptício na história da arte moderna: a espontaneidade. “A liberdade do traço de Miró seria uma força iconoclasta, gesto de física entrega de si mesmo ao desconhecido e inominado que não é bem o inconsciente, mas a espontânea canalização de energia e vontade através da materialidade da pintura”, afirma.
Conversa com a curadora Rosa María Malet
Com Paulo Miyada, Galciani Neves, Leda Catunda, Tony Camargo, Rafael Alonso
