Programação

Sonia Gomes – Barroco, mesmo

Museu da Inconfidência

Exposição

de 05 de abril a 05 de julho de 2025
NO MUSEU DA INCONFIDÊNCIA (OURO PRETO – MG) ENTRADA GRATUITA CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: LIVRE

atual

Sonia Gomes – Barroco, mesmo
Curadoria de Paulo Miyada

Esta exposição acontece no Museu da Inconfidência (Ouro Preto – MG)*

O legado do Barroco Brasileiro em Minas Gerais tem sido reconhecido por artistas e pensadores modernistas como a primeira expressão artística verdadeiramente brasileira — e o trabalho da artista mineira Sonia Gomes (Caetanópolis, 1948), pode ser produtivamente enquadrado como uma reinvenção do Barroco Brasileiro.

Os modelos barrocos europeus não foram meramente transplantados para o Brasil, mas foram remodelados pela economia mineradora de Minas Gerais e, principalmente, pelo conhecimento, cosmogonias, artesanato e engenhosidade afro-brasileiros.

Ao lado da beleza, o trabalho de Gomes se engaja com memórias dolorosas, particularmente em suas interações com cidades barrocas icônicas como Ouro Preto e Diamantina (Minas Gerais) e Salvador (Bahia).

Essas cicatrizes históricas sempre estiveram presentes em sua carreira e prática artística, formando um motivo chave nas analogias de cura e reparo frequentemente evocadas em seu trabalho (através da costura, da dobra, da unção, etc.).

Sonia Gomes – Barroco mesmo é uma realização do Instituto Tomie Ohtake em parceria institucional com o Museu da Inconfidência (MG) e com o Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC_BAHIA). A exposição tem o patrocínio do Bradesco, sob a chancela “Apresenta”, e do Grupo CCR sob a chancela “Platina”, via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Rouanet) do Ministério da Cultura

*Praça Tiradentes, 139 – Centro Histórico, Ouro Preto – MG

LIVRO: Sonia Gomes – Assombrar o mundo com beleza

Paralelamente às inaugurações das exposições, chega às livrarias, pela editora Cobogó, o livro Sonia Gomes – Assombrar o mundo com beleza, organizado pelo curador Paulo Miyada, que traz uma série de materiais inéditos que aproximam o leitor do sensível processo de criação da artista mineira.

Com extensa seleção de obras produzidas por Gomes nos últimos 15 anos e reproduções de cadernos pessoais e cartas da artista, o livro estará à venda no Museu da Inconfidência durante todo o período expositivo e tem lançamento oficial marcado para o dia 25 de abril, na Casa Iramaia, em São Paulo.

[Imagem] Autorretratos feitos na década de 1990 – Créditos Motivo

Autorretratos feitos na década de 1990 – Créditos Motivo (1)
SOBRE A ARTISTA
Sonia Gomes
Nascida em Caetanópolis, no interior de Minas Gerais, em 1948, a relação de Sonia Gomes com a arte resultou de uma necessidade permanente, que a levava a produzir uma ampla gama de criações têxteis sem que tivesse acesso a um canal de circulação. A inserção de sua obra no campo da arte contemporânea resulta da ambição de recriar o mundo a seu redor por meio de gestos de cuidado, começando pela intimidade do corpo, da roupa e da casa. A obra de Gomes se tece na duração do tempo. A artista elege materiais que trazem suas próprias cores, texturas, caimentos e um conjunto indefinível de memórias. Cada tecido, roupa e adereço que utiliza percorreu uma trajetória própria, sendo vestido, guardado e trocado antes de passar por transformações em seu ateliê. Por meio da combinação de ações como amassar, torcer, esticar, tensionar, suspender e embrulhar, a artista faz da costura uma espécie de desenho. Seus gestos produzem traços e, ao mesmo tempo, fixam estágios do manuseio dos tecidos, vinculando, equilibrando e associando peças em um corpo que, como se estivesse em crescimento, gradualmente toma forma, estabelecendo relações com o espaço circundante.
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PROGRAMAÇÃO DE ABERTURA
SEXTA 4.ABR 2025
17H | Tramas da memória: a presença dos corpos negros no Barroco Mineiro
MESA DE DEBATE Com Eduardo Evangelista e Leda Maria Martins, mediada por Ana Paula Silva de Assis SINOPSE Este debate aprofundará a compreensão sobre como a escravidão marcou a arte e a sociedade do período barroco, explorando a representação dos corpos negros nas obras da época e as manifestações culturais afro-brasileiras que persistiram. Com a presença de Leda Maria Martins e Eduardo Evangelista, serão discutidos a influência do trabalho escravizado, os símbolos que revelam a atuação dos negros, e as heranças que ainda ressoam na arte contemporânea. ⮕ Presencialmente no Museu da Inconfidência (Ouro Preto - MG) *Praça Tiradentes, 139 - Centro Histórico, Ouro Preto - MG
19H | Conexões Contemporâneas: arte, encontro e transformação no Museu da Inconfidência
RODA DE CONVERSA Com Alex Calheiros, Josi, Paulo Miyada e Sonia Gomes SINOPSE A conversa é um convite para uma investigação conjunta a partir das aproximações entre o trabalho de Sonia Gomes e o contexto do barroco, partindo de diferentes perspectivas institucionais e olhares artísticos. ⮕ Presencialmente no Museu da Inconfidência (Ouro Preto - MG) *Praça Tiradentes, 139 - Centro Histórico, Ouro Preto - MG
SÁBADO 5.ABR 2025
Abertura da exposição
11H | Atividade educativa
PALAVRA-SEMENTE Com Mariana Per SINOPSE Partindo da exposição 'Barroco, mesmo', a oficina para famílias Palavra-semente propõe um percurso pela memória por meio das palavras. Como sementes, as palavras carregam em si lembranças, perfumes e texturas. Durante esse encontro, cada participante escolherá sua palavra-semente e criará uma pequena escultura que represente as memórias evocadas por ela, estabelecendo um diálogo com o trabalho da artista Sonia Gomes. "(...) E o que eles [os homens / mais velhos] nos transmitiram em forma de semente, assim como o baobá está contido em seu grão" — Hampaté Bâ ⮕ Presencialmente no Museu da Inconfidência (Ouro Preto - MG) *Praça Tiradentes, 139 - Centro Histórico, Ouro Preto - MG
Sobre os convidados
Alex Calheiros
É o atual diretor do Museu da Inconfidência. Professor de Filosofia na Universidade de Brasília (UNB), com doutorado pela Universidade de São Paulo, ele também leciona voluntariamente na UFOP. Foi diretor substituto no DPMUS/IBRAM e liderou a Difusão Cultural na UnB, promovendo eventos na Casa da Cultura da América Latina e Casa Oscar Niemeyer. Com expertise em História da Filosofia, Filosofia Política e Estética, Calheiros traz uma visão inovadora para o museu. Sua gestão busca democratizar o acesso à cultura, expandir narrativas e consolidar o Museu da Inconfidência como um espaço dinâmico e relevante no cenário cultural brasileiro.
Ana Paula Silva de Assis
Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DEARQ), da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Possui Pós-doutorado com pesquisa em Pedagogias Sócio-espaciais pelo NPGAU/UFMG (2020); Doutorado em Arquitetura e Urbanismo pelo NPGAU/UFMG (2017) e Mestrado em Arquitetura e Cultura Urbana pelo Centre de Cultura Contemporània de Barcelona e Universitat Politecnica de Catalunya (2003). Atua junto às comunidades locais, ameaçadas pelo avanço da mineração em seus territórios.
Eduardo Evangelista Ferreira (Du Evangelista, Du do Veloso)
Ouropretano, é mestre em Geociências pelo Departamento de Geologia Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Graduado em Engenharia Civil pela UFOP (2001), possui ampla experiência em Geotecnia. Desde 2009, atua como servidor público federal na UFOP, contribuindo nas áreas de construção, manutenção civil e gestão de contratos administrativos, tendo exercido o cargo de Prefeito Universitário de 2009 a 2012, durante o programa de expansão das universidades brasileiras, o REUNI. Idealizador e proprietário da Mina Du Veloso, empreendimento turístico de base comunitária em Ouro Preto em funcionamento desde 2014 e que se destaca pela valorização e divulgação do legado e da inteligência africana na construção de Ouro Preto e do mundo, promovendo educação patrimonial, palestras e visitações. Este projeto foi vencedor do Prêmio Rodrigo Melo Franco do IPHAN em 2019. Ex-coordenador do BEABI/UFOP (Núcleo de Estudos Afrobrasileiros e Indígenas da Universidade Federal de Ouro Preto).
Josi
Nascida em Itamarandiba (MG), Josi vive e trabalha entre Caeté e Belo Horizonte (MG). É graduada em Letras (UFMG) e em Artes Plásticas (Escola Guignard). Em suas pesquisas quara saberes que vão se impregnando nas mãos no dedilhar da vida como: lavar, o desenho, tecer, a cozinha, amassar, a pintura, catar, a escrita. Desfia e trama receitas de ocupar tempos e espaços no mover de suas subjetividades. Foi contemplada com os prêmios PIPA (2022) e 8º Prêmio de Artes do Instituto Tomie Ohtake (2022).
Leda Maria Martins (Rio de Janeiro, 1955)
Uma importante intelectual e artista brasileira, com uma vasta produção acadêmica e literária que abrange poesia, dramaturgia e ensaios. Doutora em Letras pela UFRJ, sua obra é marcada pela profunda investigação da cultura afro-brasileira, com foco em temas como ancestralidade, performance, corporeidade e religiosidade. Professora emérita da UFRJ, Leda é referência nos estudos sobre a diáspora africana e a construção da identidade negra no Brasil, tendo influenciado gerações de pesquisadores e artistas. Autora de livros como "A cena em sombras" e "Performances do tempo espiralar", sua contribuição para o pensamento afro-brasileiro é essencial.
CRÉDITO

Imagens: Vellozia Filmes

APRESENTA

PLATINA

PARCERIA INSTITUCIONAL

REALIZAÇÃO

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