Un lento venir viniendo Capítulo II Colección Oxenford
Diversos artistas
Exposição
TERÇA A DOMINGO 11H ÀS 19H ENTRADA GRATUITA
Passada
A exposição “Un lento venir viniendo – Capítulo II” traz a São Paulo um recorte da Colección Oxenford, principal coleção de arte contemporânea da Argentina.
Um segundo recorte da Colección Oxenford, com a exposição Un lento venir viniendo – Capítulo II, chega ao Instituto Tomie Ohtake em São Paulo, com abertura marcada no dia 05 de setembro, das 17h às 21h30. A coleção é fruto de uma paixão do empresário e colecionador argentino Alec Oxenford pela arte contemporânea argentina e, principalmente, de sua convicção na necessidade de apoio à cena local. Com organização da produtora cultural Act., dirigida por Fernando Ticoulat e João Paulo Siqueira Lopes, curadoria do poeta e curador argentino Mariano Mayer, e patrocínio da Globant e Mercado Livre via Lei de Incentivo à Cultura, a mostra é composta por 71 obras de 48 artistas e apresenta uma diversidade de linguagens, entre pinturas, fotografias, instalações visuais, performances, esculturas, colagens e publicações.
Fazendo referência ao legado do artista paulistano Hudinilson Jr. e seu uso das fotocopiadoras, a noção de “cópia” funcionará como disparador da mostra.
“Estamos imensamente gratos pela oportunidade de apresentar a Colección Oxenford no prestigioso espaço do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. O convite desta instituição de arte contemporânea de impacto mundial é uma honra e estendemos nossos sinceros agradecimentos a Paulo Miyada, uma voz verdadeiramente influente na promoção da arte latino-americana. A coleção é resultado do pensamento, teórico e prático, de muitas cabeças. Ao longo destes 15 anos, colecionamos além de obras, histórias – as quais estamos ansiosos em contar para uma audiência tão ampla como de uma metrópole como São Paulo”, afirma Alec Oxenford.
Fazendo referência ao legado do artista paulistano Hudinilson Jr. e seu uso das fotocopiadoras, a noção de “cópia” funcionará como disparador da mostra apresentada no Instituto Tomie Ohtake. “Un lento venir viniendo – Capítulo II não pretende ilustrar o que é a cópia para a arte, mas, ao contrário, é uma plataforma para que a arte contemporânea argentina, através das obras selecionadas, nos estimule a pensar o que é a cópia, o que é a arte, quais seus pontos de contato, suas possibilidades e suas impossibilidades”, afirma Mayer. Na exposição, “a cópia torna-se ocasião para que a arte nos questione sobre a identidade e a diferença, o uno e o múltiplo, o original e o reproduzido, a representação e o representado”, complementa o texto curatorial.
No dia da abertura, Florencia Vecino, nome que integra a coleção, apresenta a performance Posa, na qual a artista e outra performer executam gestos idênticos, inspiradas pelo poder da cópia e do comportamento do público ao redor.
No dia seguinte, 06 de setembro, o projeto contará com uma programação aberta ao público, desenvolvida por Gastón Pérsico, Paula Castro, Cecilia Szalkowicz e Martín Legón, artistas da Colección Oxenford. O evento integra ainda a programação paralela da 35ª edição da Bienal de São Paulo, período de grande efervescência no circuito cultural da cidade, atraindo diversos artistas, curadores e colecionadores de todo o mundo.
“Uma das missões da Act. é construir pontes no cenário artístico latino-americano, do qual muitas vezes o Brasil está apartado. O projeto Un Lento Venir Viniendo sintetiza esse compromisso, pois aproxima o público brasileiro a nomes seminais da arte contemporânea argentina por meio de mostras que acontecem em espaços de prestígio, como o Instituto Tomie Ohtake. O Capítulo II tem sentido especial para nós: reforça nossa parceria com a Colección Oxenford, movimenta a cidade de São Paulo, onde fica nossa sede, em meio à Bienal de São Paulo, e toma emprestado investigações em torno da ideia da cópia de Hudinilson Jr. – artista cuja produção atravessa nossas pesquisas e projetos”, afirma João Paulo Siqueira Lopes, diretor da Act.
Este é o segundo ato de um projeto itinerante que teve início no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, entre 2022 e 2023, e seguirá para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, entre 2024 e 2025.
Cada capítulo exibe uma seleção diferente de obras da Colección Oxenford, que, em cada caso, responde a uma proposta curatorial inspirada por um episódio emblemático do contexto cultural local, fortalecendo o diálogo entre os cenários artísticos brasileiro e argentino.
Entre os artistas presentes na exposição, vale destacar Guillermo Kuitca, pintor e professor tido como referência na recondução da pintura ao sistema da arte contemporânea argentina, com a obra Everything, (2005); e o escultor Diego Bianchi, etnógrafo da materialidade urbana, que apresenta La bestia (2012) e Sin título (Cuerpo de vidrio) (2009). Já a artista e poeta Fernanda Laguna, uma das principais animadoras da cena cultural de Buenos Aires, está na exposição com a escultura Vivir en la luz (1994) e Sin título (2021), recente trabalho em tecido; enquanto a pintora e ativista Mariela Scafati apresenta a Instalación de 36 afiches da série Windows (2011), na qual, tanto em seu formato quanto em sua fatura, reproduz a maneira como os agrupamentos políticos fixam seus cartazes nos corredores das universidades públicas argentinas. Por sua vez, Eduardo Navarro, artista que participou da 32º Bienal de São Paulo, reivindica o poder da arte contemporânea de propor a própria irracionalidade, sem operacionalizações argumentativas, economicistas ou instrumentalizadoras com a escultura Monumento al cenicero (2005); e Martín Legón, artista-pesquisador por excelência, está em Un lento venir viniendo – Capítulo II com a instalação La fenomenología (Ningún amor se parece al océano) (2013), em que reelabora a estética do arquivo a partir da construção de um tipo de monumento funerário.