Programação

Performance Beleza como Verbo

Malu Avelar

Programa público

02 de agosto de 2025
SÁBADO, 16H ATIVIDADE PRESENCIAL E GRATUITA

Futura

Foto Malu Avelar – Gal Oppido
Performance Beleza como Verbo
Com Malu Avelar e Paola Ribeiro

Beleza como Verbo é uma performance que parte da provocação: e se pensássemos a beleza não como substantivo, mas como verbo? Não como forma ideal ou imagem acabada, mas como movimento, gesto, processo em constante transformação. A partir dessa perspectiva, a obra propõe um deslocamento da beleza como imagem estática para um campo em que corpo, tempo e presença constroem outras possibilidades de existência.

Tomando como ponto de partida os registros fotográficos dos concursos de beleza negra registradas por José Medeiros, em eventos organizados pelo Teatro Experimental do Negro, a performance tensiona as relações entre pose e ação, enquadramento e excesso, visibilidade e presença. Nesse intervalo entre o que é visto e o que é vivido, o trabalho propõe uma releitura crítica e poética dessas imagens, resgatando não apenas sua memória, mas sua potência de reinvenção.

Inspirada na noção de Beauty is a Method 1 , da pesquisadora Christina Sharpe, a obra entende a beleza como uma forma de leitura do mundo, uma maneira de habitar e atravessar os escombros deixados por uma história que insiste em negar certos corpos.

Aqui, a beleza não é ornamento nem distração, mas uma estratégia de existência. Pensá-la como verbo é desestabilizar certezas, colocar o corpo em risco e em jogo, escutar o que não se diz, permitir que o gesto revele aquilo que a imagem não alcança. É afirmar o direito de existir como processo, e não como produto.

Em cena, essa reflexão se traduz no corpo da artista Malu Avelar, que se põe em estado de escuta diante das imagens de Medeiros. Ao seu lado, a artista Paola Ribeiro convoca, por meio da voz, a visualidade do sentir. O diálogo entre corpo e voz atravessa a exposição do Teatro Experimental do Negro no Instituto Tomie Ohtake, elaborando uma concepção de beleza como verbo do sentir, da presença, da ressonância e do vibrar.

A performance será realizada na sala da exposição “Teatro Experimental do Negro nas fotografias de José Medeiros”.

Entrada gratuita.

Esta exposição é uma realização do Ministério da Cultura, via Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), e do Instituto Tomie Ohtake, com a correalização do Ipeafro – Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros e da coleção Abdias Nascimento Memória em Ação.

Sobre a artista
Malu Avelar
Artista interdisciplinar e pesquisadora, Malu Avelar nasceu em Sabará (MG) e tem sua trajetória marcada pela dança desde a infância. Formou-se no curso de dança do CEFAR, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (MG). Em São Paulo, integrou coletivos e cofundou a Corpórea Cia de Dança. Sob a direção de Verônica Santos, lançou "Rés", espetáculo sobre a vulnerabilidade do corpo feminino no sistema prisional. Além de atuar em coletivos, Avelar desenvolve criações independentes, como 1300° – Qual a Saúde de um Vulcão?, que investiga como destruição e atrito podem gerar regeneração e cura. Apresentou essa obra em São Paulo e na exposição Att tänka annorlunda, na Konsthallen Kultutens Hus (Luleå-Suécia). Outra obra marcante é Sauna Lésbica, exibida na 35ª Bienal de São Paulo e desenvolvida em residências como PlusAfroT (Munique, 2019), Festival Internacional do Valongo (2019) e Vila Sul - Goethe-Institut Salvador-Bahia (2020). Sua produção atravessa corpo, política e espiritualidade, rompendo discursos cristalizados e criando novas perspectivas.
Paola Ribeiro
Paola Ribeiro é artista, cantora e educadora. Sua pesquisa se dedica a criar espacialidade através da experiência sonora gerada principalmente através do som da voz que se permite abstrair da palavra e da afinação se quebrando em imagens e borrando a temporalidade através dos diálogos que ela pode tecer entre corpo e espaço. Procedimentos como limitação de sentidos, repetição, sobreposição, improvisação, entre outros são utilizados nessa investigação que dá origem a performances, vídeos e músicas. Mestre em Poéticas Cênicas pelo Instituto de Artes da Unesp com o trabalho “E N T R E: Voz/corpo, lugar, ressonância” e formada em Artes visuais pelo Centro Universitário Belas Artes. Foi residente na Oficina Francisco Brennand em 2023 e participou de uma série de exposições coletivas e Festivais, com destaque para com destaque para Temporada de Projetos 2024/1 - "FERVOR"- Paço das Artes USP - SP (2024), 5a edição Festival CHIII - São Paulo - SP (2024), “letra [ ] imagem” - Instituto Goethe de Salvador - BA (2023), “VERBO – Mostra anual de performance” – Galeria Vermelho- SP (2022), “Ópera Citoplasmática” no MON – Museu Oscar Niemeyer, Curitiba – PR (2022), " Festival Novas Frequências para 34a Bienal de São Paulo" (2021). Em maio de 2025, lançou seu primeiro disco, Circus, com colaborações de Marcelo Cabral, Kiko Dinucci, Podeserdesligado, Rômulo Alexis e Wagner Ramos.
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