Programação

Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak

Centro Cultural Banco da Amazônia

Exposição

de 18 de dezembro a 22 de fevereiro de 2026
Centro Cultural Banco da Amazônia Belém, PA ENTRADA GRATUITA

Futura

Krikati
Itinerância
Esta exposição acontece no Centro Cultural Banco da Amazônia, em Belém (PA); originalmente, esteve no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (24.OUT 2024—4.FEV 2025)
Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak
Curadoria de Ailton Krenak, com curadoria adjunta de Angela Pappiani, Eliza Otsuka e Priscyla Gomes

A mostra idealizada pelo Instituto Tomie Ohtake reúne 82 fotografias inéditas no Brasil do premiado fotógrafo japonês Hiromi Nagakura, realizadas em viagens com o líder indígena, ambientalista e escritor brasileiro Ailton Krenak, principalmente pelo território amazônico entre 1993 e 1998.

Integra a exposição também a obra Território imemorial ou Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak (2023), criada especialmente para esse contexto pelo artista Gustavo Caboco, que apresenta um mapa dos territórios visitados por Nagakura e Krenak ao longo dessas travessias.

A mostra – que já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza – configura um encontro potente entre imagem e memória, arte e resistência, território e ancestralidade. 

Algumas obras realizadas em territórios em conflito integram a mostra; no entanto, a maior parte dos registros é composta pelas fotografias produzidas durante as viagens da dupla por aldeias e comunidades da Amazônia brasileira — entre elas Ashaninka, Xavante, Krikati, Gavião, Yawanawá, Huni Kuin e diversas comunidades ribeirinhas no Rio Juruá, além da região do lavrado, em Roraima. As viagens alcançaram os estados do Acre, Roraima, Mato Grosso, Maranhão, São Paulo e Amazonas.

Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak é uma realização do Instituto Tomie Ohtake, com patrocínio do Banco da Amazônia e do Governo Federal.

PROGRAMA PÚBLICO

Entre os dias 12 e 14 de janeiro de 2026, aproveitando as celebrações do aniversário da capital paraense, a mostra contará com uma série de visitas, rodas de conversa e encontros públicos com a presença de Krenak, Nagakura e lideranças indígenas que integram a trajetória retratada na exposição.

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Sobre
Hiromi Nagakura
Hiromi Nagakura nasceu em 1952 na cidade de Kushiro, ao norte da ilha de Hokkaido, no Japão. Desde criança, amou gente e a natureza, interessado em pessoas e culturas de outros lugares do mundo. Sentia-se atraído pelo novo, pelo desconhecido. Viajou para destinos diversos, visitou as ilhas do Pacífico Sul, entrou em contato com povos nômades do Afeganistão. Foi então que sentiu a necessidade de documentar seus encontros e começou a praticar e se aperfeiçoar nas técnicas da fotografia. Para ele, desde o início, a fotografia sempre foi um instrumento para se relacionar com o mundo e a diversidade de culturas, paisagens e pensamentos. Formou-se em direito, mas seguiu a carreira de fotógrafo. Trabalhou na agência noticiosa Jiji Press porque admirava os fotógrafos reconhecidos por seus trabalhos de cobertura de guerras. Em 1979, com 27 anos, Nagakura decidiu tornar-se fotojornalista independente, caminho que acabou levando-o a conhecer a África do Sul, Zimbábue, União Soviética, Afeganistão, Turquia, Líbano, El Salvador, Bolívia, Peru, Brasil, Indonésia, México, Groenlândia e vários outros países, em todos os continentes. Realizou centenas de viagens e exposições, publicou dezenas de livros, foi personagem de inúmeros documentários, escreveu reportagens, ministrou oficinas e palestras, recebeu prêmios. Sua obra, já reconhecida no Japão, é exposta pela primeira vez no Brasil na exposição Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak, com curadoria desse amigo e personagem de seu trabalho.
Ailton Krenak
Ailton Alves Lacerda Krenak nasceu em 1953 no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, quando o povo Krenak vivia no exílio, expulso de seu território tradicional por invasores que ocuparam e depredaram as matas densas às margens do Watu, como o povo originário chama seu avô-rio. Depois, nos anos de ditadura, a antiga aldeia Krenak foi transformada em prisão indígena, testemunha da violência contra os povos que insistiam em desafiar a ordem imposta vivendo de um modo diferente. Ailton viveu parte de sua vida em São Paulo, onde estudou e começou sua militância no movimento que começava a surgir no final dos anos 1970, reunindo indígenas de muitas etnias em torno de uma luta comum por direitos. Sua imagem pintando o rosto de preto no Congresso Nacional tornou-se símbolo da resistência indígena na Constituinte. Coordenou a União das Nações Indígenas, o Núcleo de Cultura Indígena, o Centro de Pesquisa Indígena, a Embaixada dos Povos da Floresta e a Aliança dos Povos da Floresta ao lado de seringueiros, extrativistas e ribeirinhos pela vida da (e com a) Floresta. Regressou nos anos 2000 a seu território, que ajudara a consolidar em 1999. Hoje vive às margens do Watu, ferido pela lama do rompimento da barragem de dejetos da Samarco em 2015. Ali o povo se fortalece, rememora a língua e os ritos, restabelece a vida. Nos últimos anos, Ailton Krenak tem se dedicado à manifestação do pensamento através do som e do poder sagrado das palavras, refletindo sobre temas que afetam a todas e todos nós, seres vivos de todas as humanidades, companheiros da mesma canoa Terra que navega no firmamento. Suas palavras estão registradas em livros que nos aproximam da cosmologia dos povos originários e confrontam nossa vida cotidiana. Autor de Ideias para adiar o fim do mundo (2019), A vida não é útil (2020) e Futuro ancestral (2022). É comendador da Ordem de Mérito Cultural da Presidência da República e doutor honoris causa pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Em 2023, foi eleito como o primeiro indígena membro da Academia Brasileira de Letras. Conheceu Hiromi Nagakura em 1993, e agora, 30 anos depois, eles se reencontram nas curvas dos rios amazônicos na mostra de fotografias "Hiromi Nagakura até a Amazônia com Ailton Krenak".

IDEALIZAÇÃO

APOIO DE MÍDIA

PATROCÍNIO

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