Programação

Ateliê em tramas: práticas de acesso

Programa público

de 28 de janeiro a 31 de janeiro de 2025
18H—21H ATIVIDADES GRATUITAS

Futura

Na intenção de uma continuidade do Programa de Arte e Educação que se instaurou em setembro de 2024, tendo em vista o ateliê como terreno fértil de investigações, esse programa recebe um novo nome, Ateliê em tramas, que se pretende repetir nas propostas dos ciclos expositivos seguintes. No contexto das exposições de Mira Schendel e Carlito Carvalhosa, em cartaz de outubro de 2024 a fevereiro de 2025, o programa adquire o título Ateliê em tramas: práticas de acesso, com o intuito de trazer práticas artísticas que discutam o acesso em diferentes âmbitos em instituições culturais.

28.JAN TERÇA
Com Desiree Casale

Na vivência do ateliê cAleijar: transbordar a palavra, imaginar futuros, convidamos a todes para um café e para a prática do bordado em cerâmica fria, buscando  relacionar a palavra, tão presente nas obras de Mira Schendel e Carlito Carvalhosa, ao processo de re-imaginação de futuro e perpetuação de memórias. A reflexão durante a prática será provocada com referências de palavras e textos que passam por ideias de corpas e suas funcionalidades, assim como pela costura com a  reflexão sobre a convivência com as vivências defiças. Quando evocamos ideias de futuro, quais futuros estamos desejando?

29.JAN QUARTA
Com Génova Alvarado

O objetivo deste espaço criativo é que cada participante possa ter uma abordagem prática da modelagem em barro de forma orientada, experimental e intuitiva. Para, posteriormente, experimentar a fundição em gesso para fazer um alto relevo, como resultado final do processo criativo. Nesta oficina interessa-nos observar os caminhos que nos permitem regressar ao nosso ser, apesar das fronteiras sociais e territoriais, ligando-nos às diversas memórias que nos fazem sentir em casa, passando por conceitos como migração, território, afetividade, corpo, cartografia e materialidade. Nosso encontro também tenta construir afetos e repensar subjetivamente nossas identidades em movimento.

30.JAN QUINTA
Com Carolina Itzá

O Ateliê em tramas com Carolina Itzá é um encontro de experimentação da escrita a partir dos seus avessos. Através de proposições surgidas notadamente campo escritas rua,das estratégias guerra taoístas do shodo (caminho de escrita japonês),as participantes são convocadas a investigar a corporalidade da escrita a partir do movimento do gesto,da percepção da temporalidade das possibilidades de ocupação do espaço incorporado. O Encontro é permeado pelo uso estratégia como forma de pensar a inserção da palavra mundo,os seus não-usos, os vazios ,e as inversões possíveis para inscrição das possibilidades de mutação e movimentos da linguagem. A partir do diálogo com Mira Schendel e seu método de pesquisa artística, será realizada, também, uma abertura coletiva do oráculo chinês I Ching-uma proposição que busca dialogar com o método sincrônico de geração de imagens narrativas.

31.1 SEXTA

Como fechamento do Ateliê em tramas: práticas de acesso, a equipe educativa do Instituto Tomie Ohtake fará uma roda de conversa acerca dos encontros realizados ao longo da semana. Num segundo momento,  o público será convidado a participar de práticas de ateliês desenvolvidas para as exposições  Mira Schendel – esperar que a letra se forme e Carlito Carvalhosa – A metade do dobro. Após as investigações artísticas, teremos um momento de partilha e reflexões acerca do ateliê enquanto estratégia de proximidade com as linguagens artísticas evocadas pelas exposições.

SOBRE AS MINISTRANTES
Ana do Vale
Ana do Vale é artista visual e brincante da cultura popular com deficiência múltipla e consultora em acessibilidade tendo atuado em Olinda-PE, João Pessoa – PB e estando se estabelecendo em Barra do Rio (Extremoz-RN). Em formação em Artes Visuais pela Universidade Federal da Paraíba, participa do Ponto de Cultura Coletivo Maracastelo – PB, grupo de pesquisa Arte, Museus e Inclusão (Cnpq/UFPB), Memorial Abelardo da Hora (FUNESC/PB) e Vale PCD (Recife-PE). Sua poética passou a caminhar pela auto narrativa, tratando das histórias das pessoas com deficiência e doenças raras, da perspectiva da dor crônica e dos corpos dissidentes, sendo também pessoa com identidade queer e nordestina e vindo de família dissidente, filha de mães lésbicas e militantes na luta contra a lgbtfobia, machismo e racismo. É atravessada por essas identidades múltiplas que sua poética se constrói e também sua história com a arte educação, que parte antes da experiência popular como brincante e passa a se consolidar junto ao fazer acadêmico.
Carolina Itzá
Carolina Itzá é artista visual, curadora e grafiteira, nasceu e mora em São Paulo. Bacharel em Antropologia pela Universidade de São Paulo (USP), é Mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Sua investigação aborda questões de memória social, identidades asiáticas do sul global, estratégias taoístas, corporalidades e gênero. Através de intervenções urbanas e comunitárias e no cruzo entre pintura, cerâmica e performance, tem construído sua poética buscando uma relação profunda com a vida cotidiana e suas fricções relacionais e territoriais.
Desiree Casale
Desiree Casale está envolvida com práticas educativas há 10 anos, trabalhando com PIBID (Aulas para Ensino fundamental e médio), diversas instituições culturais e coletivos (Memorial da Inclusão, Bienais de São Paulo, exposições e oficinas em SESC’s). Enquanto mulher com deficiência, busca em sua prática refletir sobre os processos de inclusão com base no movimento social das pessoas com deficiência. Tem como foco abordagens que facilitem a compreensão sobre as barreiras atitudinais junto às práticas de mediação e outras vivências, que envolvem o bordado, a arte e a educação, identidade, deslocamento e corpo. Recentemente, atuou como educadora e integrante da equipe de conservação de acervo e organização de formações sobre acessibilidade no Espaço de Leitura, projeto idealizado por Tatiana Fraga, é fundadora do coletivo filomena, integra o coletivo Feminista Helen Keller e Yoga Para todes Brasil.
Génova Alvarado
Radicada no Brasil desde 1990. Graduada em Artes pela Universidade Nacional Experimental das Artes (Mixed Media), em Caracas, Venezuela (2018). Pós-graduação em gestão e políticas culturais (2020) pela Universidade de Girona e pelo Instituto Itaú Cultural de São Paulo. Como artista, destaca a exploração de diversos materiais, objetos e suportes plásticos, através dos quais procura estabelecer relações entre natureza, identidade, memória, corpo-território, cotidiano, futuro e migração. Utilizando linguagem como performances, meios mistos, cerâmica, poesia entre outras.
Equipe Educativa do Tomie
Andrea Lalli é artista visual, arte-educadora e pesquisadora. Mestra em Poéticas Visuais e Processos de Criação (IA - Unicamp), especialista em Artes Visuais, Intermeios e Educação (IA - Unicamp), bacharela em Ciências Sociais (FFLCH-USP). Guilherme Fernandes é artista visual e arte-educador. É graduado em Artes Visuais e mestrando no Programa de Pós-graduação em História da Arte pela Unifesp (PPGHA). Kaya Fernanda Vallim é mulher trans, educadora, pesquisadora, multiartista e produtora. É técnica em vestuário, desenhista de moda e costureira formada pela escola Senai Eng. Adriano José Marchini. Maria Cecilia Silva Lima é pedagoga formada pela USP-RP e pós-graduada em Arte e Educação pelo Centro Universitário Belas Artes.
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